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Picolé: Um docinho que faz bem para os pacientes oncológicos

Alimentos gelados colaboram para a prevenção e redução da mucosite, efeito colateral da quimioterapia

João Vitor, de seis anos, faz quimioterapia para tratar linfoma

Nesta semana é comemorado o Dia do Picolé. E engana-se quem acha que essa guloseima não é sinônimo de saúde. Aqui no Hospital Regional do Oeste, juntamente com sorvetes e geladinhos, ele faz parte da dieta de pacientes em tratamento oncológico.


Ficou curioso? A Nutricionista Oncológica do HRO, Cristiane Baier Ferreira, explica o motivo. “Utilizamos picolés e sorvetes na alimentação dos pacientes que vão iniciar a quimioterapia, principalmente o MTX, porque os tratamentos geram lesões na cavidade oral, que chamamos de mucosite”, comenta. 


De acordo com a nutricionista, essa inflamação na boca causa dificuldades para que os pacientes possam se alimentar, e os alimentos gelados aliviam o desconforto causado por ela, por isso fazem parte do cardápio tanto de adultos quanto de crianças em tratamento. “O paciente interna em um dia e dá início à quimio no outro, então a gente faz essa oferta do picolé e sorvete um dia antes e vai utilizando, geralmente uma vez ao dia ou até duas e, se for necessário, todos os os dias”, explica.


Cristiane destaca que o alimento não apenas ameniza o desconforto das lesões, mas proporciona bons momentos. “Eles adoram picolé e sorvete, então é algo bom, agradável e muito bem aceito por praticamente todas as crianças”, diz. 


Parceria que conforta e alegra


A inclusão das iguarias no cardápio dos pacientes oncológicos conta com a parceria de uma indústria chapecoense, que há anos faz a doação dos picolés, sorvetes e geladinhos distribuídos no HRO.


O empresário Ivanito Massochin, da Massoca Sorvetes, destaca que foi sensibilizado pela ligação telefônica de uma médica, perguntando se os produtos eram confiáveis para serem oferecidos às crianças em tratamento e que não conseguiam comer por conta de lesões na boca. “Falei para ela que sim, que são pasteurizados, homogeneizados e poderiam ser consumidos sem problemas”, comenta. Desde então, a empresa passou a enviar uma quantidade de picolés, sorvetes e geladinhos como doação sempre que necessário.


A parceria iniciou ainda quando a Oncologia Pediátrica ficava no Hospital da Criança e, a partir de 2022, com o projeto “Geladinhos do amor”, as doações são enviadas para o HRO. Desde então, a Massoca já doou 3.264 unidades de picolés, sorvetes e geladinhos que são servidos aos pacientes da Oncologia adulta e infantil. “É gratificante pensar nas pessoas sem muitas defesas podendo se alimentar. Ainda mais pensando nas crianças, que para eles além de saudável, gostoso e nutritivo, é um alimento prazeroso. Qual criança não gosta de sorvete?”, ressalta.


Com certeza, o João Vitor é que não é. O menino, de seis anos, está finalizando o e não esconde a alegria ao receber um picolé na hora do lanche. 


A mãe de João, Rosa Franco Batista, afirma que a ação faz toda a diferença no dia a dia dele, que passa três dias internado a cada sessão de quimioterapia. “É uma parte bem importante esses agradinhos que eles têm, porque é algo difícil um tratamento, então quando vem algo diferente, é uma delícia saber que o tratamento não precisa ser só pesado, tem uma parte boa também”, destaca. 


O HRO, administrado pela Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (ALVF), está sempre aberto a parcerias e doações da comunidade e empresas, que possam melhorar e proporcionar maior qualidade nos atendimentos e bem-estar de toda a população atendida na instituição.


Quer saber como ajudar? Entre em contato com setor de Captação de Recursos pelo telefone 3321-6512.

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