Na semana em que comemoramos o aniversário de 107 anos de Chapecó e os 27 anos da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (ALVF), vamos falar de histórias que se entrelaçam e têm uma grande característica em comum: o protagonismo da comunidade.
Nosso município, marcado pelo crescimento acelerado e as boas oportunidades, conta com a parceria e a presença do Hospital Regional do Oeste (HRO), que ampara a população não apenas municipal como garante o atendimento em saúde de 132 municípios.
À frente deste, está a ALVF, uma sociedade civil filantrópica, formada por membros da comunidade e que, há quase três décadas se dedica à administração do HRO de forma voluntária e na busca por parcerias, recursos e atualização para fazer o nosso hospital cada vez melhor.
O Presidente da Associação, Mauro Damo, reforça a relevância da significativa presença do HRO em Chapecó. “Penso que é de vital importância o trabalho realizado no atendimento da população do Sistema SUS. Estamos sempre contando com a ajuda de toda a população local, empresas e municípios beneficiados para que o nosso hospital possa prestar um atendimento ainda melhor do que já faz”, reforça.
Para o Diretor Geral do HRO, Sérgio Tomazoni, a instituição é de grande contribuição para o município também em outros setores. “O hospital está instalado no Coração de Chapecó, contribuindo diretamente em benefício da saúde física e psicológica das pessoas. Nosso HRO também influencia na economia da cidade, devido a ser um grande centro de referência em saúde na região, colaborando também para a movimentação do comércio Chapecoense de modo geral”, destaca.
3 fatos que unem o HRO, a ALVF e a cidade de Chapecó
1. Conquista de um Hospital de Média e Alta Complexidade para a região oeste
O HRO é resultado de uma luta para que a região Oeste de Santa Catarina tivesse um hospital de qualidade em Média e Alta Complexidade. E não há lugar melhor do que a Capital do Oeste para sediar esse espaço, que possibilita à população cuidar da sua saúde mais perto de casa.
Atualmente, o hospital abrange 132 municípios, com um total de aproximadamente 1,4 milhões de habitantes, nas mais diversas especialidades. O HRO presta serviços focados na Alta Complexidade, sendo credenciado como referência em Ortopedia e Traumatologia, Neurologia, Unidade de AVC (Acidente Vascular Cerebral), Oncologia Clínica e Cirúrgica, Radioterapia e Braquiterapia, Gestação de Alto Risco, Hospital Amigo da Criança e integrado à Rede Cegonha, que foca na melhoria do atendimento às mulheres e às crianças, disponibilizando atendimento de pré-natal, garantia de realização de todos os exames necessários e vinculação da gestante a uma maternidade de referência para o parto.
De acordo com o Gerente Administrativo do HRO, Dieyson Rodrigues da Silva, atualmente o hospital conta com 306 leitos, sendo 252 leitos pelo SUS. Há disponibilidade de 20 leitos de UTI Adulto, 10 de UTI Pediátrica e 10 de UTI Neonatal.
Somente em 2023, o HRO realizou 209.661 atendimentos. Já nos últimos 5 anos, a média de internações foi de 22.000 e foram feitos 109.000 atendimentos ambulatoriais, 672.000 exames laboratoriais, 116.400 exames de imagem, 11.322 cirurgias, servidas 780.734 refeições, sendo que o percentual de atendimentos pelo SUS passa dos 92%. Além disso, o trabalho do HRO teve grande impacto durante a pandemia, quando a instituição chegou a ter 138 pacientes alocados em leitos de UTI-Covid.
A presença do hospital em Chapecó se destaca mais uma vez com o fato de que 57,1% de todos os atendimentos citados, ou seja, em média 1,2 milhões são de pacientes oriundos do município.
Os números representam pouco diante da grandiosidade do impacto em cada vida salva pelo trabalho do HRO, como Daiane Zopeletto, paciente que em julho do ano passado procurou a instituição para um atendimento emergencial. Ela foi levada ao Pronto Socorro e foi constatado um sangramento cerebral. “Graças a toda a eficiência do pessoal do plantão, já fui encaminhada para a equipe cirúrgica, passei por três cirurgias cerebrais e 16 dias em coma na UTI. Hoje descrevo os profissionais como anjos, porque me trataram muito bem”, comenta.
Daiane descreve que o HRO representa para ela uma segunda chance de viver. “Se não fosse pelo ótimo atendimento do hospital desde a minha chegada ao pronto socorro, até minha saída, não estaria viva para contar. Depois de um ano, estou muito bem e sem nenhuma sequela”, comemora.
Para outra paciente, Mariza Canani, o cuidado da equipe também foi fundamental em seu tratamento. Ela teve um câncer, diagnosticado em 2021 e passou pelos processos de quimio e radioterapia. “Até me emociono ao falar desde o pessoal da limpeza, as enfermeiras, os médicos que cuidaram de mim. Tenho imensa gratidão pelo acolhimento e o atendimento humanizado”, diz.
2. Residências médicas: Um marco na saúde regional
Desde 2010, a formação de médicos tem sido uma prioridade em Chapecó, por isso a ALVF foi precursora para o início dos programas de residências médicas, em parceria com a Unochapecó e mais tarde, em 2015, também com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Já em 2023, o programa foi ampliado, aumentando significativamente a capacidade de formação de especialistas em Anestesiologia, Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria e Medicina Intensiva, totalizando 42 residentes em 2024.
Além das residências médicas, desde 2019 o HRO também passou a oferecer programas para profissionais da saúde que não são médicos: a Residência Multiprofissional, focada em Oncologia, e a Uniprofissional, focada em Enfermagem em Urgência e Emergência. Estes são realizados em parceria com a ALVF, UFFS, Unochapecó e UDESC, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó.
A coordenadora geral da Comissão de Residência Multiprofissional e Uniprofissionais em Saúde (COREMU), Me. Enfermeira Jussara dos Santos Valentini, destaca a importância do treinamento em serviço: “Diferente de outras especializações, a residência em serviço, com uma carga horária extensa, permite que o profissional atue na realidade prática sob supervisão, qualificando-o de maneira robusta. Conseguimos credenciar programas devido à nossa necessidade regional e temos 100% de bolsas, algo raro em outros hospitais do Brasil”, destaca.
3. Gestão feita pela comunidade chapecoense
Também aniversariante, a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira é uma
sociedade civil de direito privado, fundada em 26 de agosto de 1997. Suas atividades são voltadas à prática de filantropia em todas as modalidades, além de ser igualmente uma entidade sem fins lucrativos. Seu compromisso com a sociedade é levar uma gestão transparente e de excelência no HRO.
Desde fevereiro, a ALVF passa por um novo momento com a eleição da nova Diretoria Executiva para o biênio 2024-2025. A principal mudança na estrutura foi a criação de quatro vice-presidências, substituindo a única vice-presidência existente até então. A Diretoria tem mandato até 1º de outubro de 2025 e as novas vice-presidências se dividem em: Gestão e Qualidade; Administração e Finanças; Gestão de Apoio e Infraestrutura; e Gestão Estratégica.
Com um modelo de gestão comunitária, a associação conta com membros que são pessoas qualificadas da sociedade de Chapecó e Região, sendo empresários, consultores e conselheiros empresariais de grandes instituições privadas, advogados, assessores jurídicos do setor público, ex-auditores fiscais da Receita Estadual de SC, docentes, pesquisadores e gestores universitários.
Além disso, participam de outras entidades locais que também geram transformações, como o Observatório Social, Rotary e Lions Club (local e internacional), ACIC, CDL, Socioeste, Simec, Sindiplasc, Gesmac, Affesc, Fundeste, Sindifisco, Sach, Abruc, Acafe, Concidades, Sindialimentos, Siticom, Secovi-Oeste, Abicol, OSB-Chapecó, Cepaf, Epagri, Sicom, Sescoop/Sc e Apae.
São 52 associados, divididos entre a Diretoria Executiva, Conselho Administrativo, Conselho Fiscal e os que não são membros diretos da gestão e participam de assembleias e reuniões estratégicas para colaborar na tomada de decisões e no direcionamento da instituição.
Todos os associados se dedicam de forma voluntária a ALVF, com o objetivo de promover melhorias significativas para a nossa sociedade. Dessa forma, além de reduzir os custos da instituição, proporciona uma abordagem mais próxima e eficaz para atender às necessidades reais da população.
A Associação Lenoir Vargas Ferreira, ao longo desses anos de atuação, foi a responsável por transformar o HRO no gigante da saúde que conhecemos hoje, sempre empenhada em fazer com que o HRO se torne cada vez melhor, com comprometimento e atenção às reais necessidades da nossa região através de parcerias, ações e mudanças contínuas.
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